quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um projeto arquitetônico de algum magnífico funcionário da prefeitura



O desrespeito descabido dos gestores municipais em goiabeira é extremamente evidente como já citei em outro texto, mas, para fundamentar essa afirmação, vou destacar um projeto arquitetônico de algum magnífico funcionário da prefeitura municipal. Trata-se de um monumento que pelo seu valor histórico e simbólico foi, inteligentemente, deixado no meio do calçamento na saída de Goiabeira em direção ao povoado de Boa Vista, e detalhe logo após uma curva.

A grande questão é que qualquer pequeno erro dos condutores de veículos motorizados gerará uma colisão, o que possivelmente destruiria o sublime patrimônio do povo de Goiabeira, desvalorizando assim o trabalho cuidadoso de preservação dos brilhantes arquitetos municipais.

Então, meu apelo aqui visa sensibilizar as autoridades políticas municipais, a continuarem se empenhando na conservação deste poste (kkkkkkkkkkkkkk) mantendo vivo esse patrimônio cultural e histórico do povoado. E pra isso seria necessário fazer o que antes não foi pensado, a retirada do monumento do meio da rua, levando em conta que a mudança de local não acarretará nenhum dano a representação simbólica na mente do povo de Goiabeira.

Espero que os caros leitores também se mostrem insatisfeitos com o risco da comunidade de Goiabeira perder esse patrimônio e posicionem-se a favor da conservação do mesmo em outro local, que não seja o meio da rua.

****** Rir também é um exercício******

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Modismo midiático


Temo me tornar repetitivo, mas, vou abordar novamente a mídia em um texto, agora não mais pra falar das influências políticas e sim para analisar os modismos midiáticos.

A mídia em si precisa do público para vender e o público precisa de notícias inovadoras ou de caráter escatológico para comprar. Recordo-me bem quando há alguns dias os grandes jornais, as grandes emissoras de Tv, as grandes revistas e os sites debruçavam-se sobre a gripe suína. Constantemente era atualizado o número de mortos, os novos focos, as prevenções e incutindo cada vez mais na cabeça dos leitores o medo de uma nova peste negra *.

Voltando mais alguns anos, vale lembrar a Guerra do Iraque em 2004, onde constantemente os veículos de informação detalhavam os ataques, os alvos, o número de mortos e feridos, com plantões quase a todo o momento. Mas, fica a pergunta: por quais motivos esses assuntos não são mais escarafunchados pela mídia? A resposta óbvia seria: A gripe suína foi controlada e a Guerra no Iraque chegou ao fim. Entretanto, ambas respostas são errôneas, a gripe continua a matar e a Guerra nunca terminou, o que na verdade aconteceu foi a mudança de interesse por parte dos leitores-consumidores. Esses dois assuntos não enchem mais os olhos dos leitores e portanto,não enchem também o bolso dos redatores, se tornaram fatos cotidianos e deixaram de ser notícia de capa.

Portanto, os fatos só se tornam excepcionais, se renderem lucros nas páginas dos grandes jornais, doutra forma serão apenas factóides irrelevantes.

* Peste negra pandemia que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou entre 25 e 75 milhões de pessoas, sendo que alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões , um terço da população da época.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Goiabeira esquecida


É no mínimo revoltante o descaso do poder executivo municipal frente aos problemas que atingem o povoado de Vila Carneiro (Goiabeira).

Nos últimos anos da administração pública, o povoado foi beneficiado apenas com o calçamento de duas ruas, diga-se de passagem, de pequeno porte e seletivamente escolhida segundo a opção política dos moradores. O povoado é esquecido em todos os outros pontos, a estrada que liga a cidade destrói os carros, pois está completamente esburacada, a rua principal tem um desnível gritante na maior parte do seu calçamento, não existe uma praça no povoado e muito menos uma quadra de esportes.

A gestão da promessa, até agora não tomou uma atitude sequer para dirimir tais problemas, pelo contrário, prefere dar continuidade a conhecida política dos favores individuais, beneficiando a alguns poucos que se tornaram produtos de escambo. Enquanto isso somos obrigados a ver nossas crianças jogando futebol na rua, correndo o risco de ser atropelada ou torcer o pé nos desníveis da quadra improvisada.

Goiabeira não tem quadra, não tem espaço pra lazer, não tem praça, não tem prefeito, é uma comunidade autônoma em meio a gestores municipais despreocupados com os problemas dela.

A mídia garçonete da elite


Sempre acho bem divertido ler certas matérias nos jornais pertencentes à grande mídia, é bem interessante como eles conseguem inventar uma verdade que sirva a grande burguesia elitista.

Outro dia acompanhando o espetáculo circense que são as matérias da Revista Veja, me deparei com uma que retratava a resistência na ditadura, o que me chamou atenção foi o uso da palavra “terrorismo ou terrorista” para nomear os dissidentes do sistema ditatorial instituído no Brasil. Óbvio a palavra terrorista nos soa com um ar pejorativo, “cuidado com ele!” “ele é um perigo para sociedade!” “vamos matá-lo!”, sem dúvida essa foi à melhor justificativa encontrada pelas elites inconstitucionais que estavam no poder para silenciar aqueles que se opunham ao regime. O grande baiano Carlos Marighella foi um desses mártires, assassinado em uma emboscada preparada pelo delegado Sergio Fleury e seus comparsas do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) Marighella é chamado de terrorista e sua morte é implicitamente vista como uma vitória pela revista. Apesar das fotos mostrarem que Marighella não reagiu, pois foi morto dentro do carro, a Revista Veja insisti em relatar que os policiais apenas reagiram as tentativas do Marighella.

A mídia brasileira usando seu poder de influência e de barganha criou heróis e vilões, tirou a atenção das mazelas políticas e sociais para lançar esperança em um time de futebol, fez um presidente, e continua a tentar manipular as opiniões populares em favor de uma elite que nunca olha para baixo. A última agora é que eles acabaram de descobrir que o Sarney usa a política como meio de enriquecimento, NOSSA! Fiquei perplexo, nunca imaginei isso. Como eles conseguiram descobrir? É a primeira vez que o senador amapá-maranhense faz isso e já conseguiram mostrar, essa mídia brasileira realmente faz um belo papel de está do lado do povo, parabéns! Isso foi só pra exercitar meu espírito circense.

Sarney, uma breve estória política, apoiava João Gulart antes de 64, depois do golpe esteve do lado dos ditadores, foi vice de Tancredo, depois fez parte do governo de Itamar Franco, FHC e agora Lula, ou seja, ele sempre esteve do lado dos que mandam, usando isso como uma forma de angariar benefícios próprios, mas, a mídia só conseguiu chegar a essa conclusão agora. Faz-me rir, como disse antes, a mídia não está do lado do povo e sim dos grandes burgueses que a mantém.

Só pra concluir, não que sejam necessárias as datas, mas, dois dos principais veículos de comunicação do nosso país surgem nos anos 60, a Rede globo surgida em 1965 um ano após o golpe militar e a Revista Veja, pasmem , surgida em 1968, ano do Ato Institucional Número Cinco, o qual aumentou a censura sobre as publicações. Portanto, são mais que evidentes as ligações entre poder e mídia. Já a nós leitores cabe tomar bastante cuidado com as informações surgidas e não abrir as pernas sem questionar a procedência das informações.

Práticas políticas que resistem por mais de um século



Ano novos políticas velhas, é bem interessante observar como práticas tão arcaicas ainda estão vivas nos dias atuais, percebemos resquícios da República Velha que parecem ter sobrevivido ao tempo, a troca de favores e o cabresto resistiram ao passar dos anos e chegaram ao cenário urbano. O coronel virou burguês, não é mais o latifundiário e sim o empresário, continua dono do capital e subordinando aqueles que são domesticáveis.

As disparidades sociais que foram instituídas desde quando o homem deixou de ser nômade e passou a se organizar em sociedade, vem até hoje forçando alguns a se submeterem àqueles que detêm o poder seja ele político, econômico ou religioso. No Brasil o período histórico conhecido como República Velha (1889 – 1930) refletiu no campo político rural principalmente na atuação do coronel como figura central na política. Isso ocorreu devido a forte influência econômica destes, por serem donos das terras e, portanto capazes de empregar algumas pessoas. A Revolução de 30 tinha o intuito de dirimir a influência desses coronéis, entretanto nos é contemporâneo práticas políticas que atravessaram um século.

Algumas prefeituras transformaram-se nos antigos latifúndios, por serem “terras produtivas” e poderem gerar emprego, dependendo apenas da vontade do “coronel”. Em tempos de eleição é uma festa os cativos são mandados a todos os cantos para conquistarem o maior número de votos possíveis, daí eles colocam o coração na ponta do bolso e vão garantir seu cativeiro remunerado por mais quatro anos.

No campo empresarial a coisa é ainda mais bossal, o trabalhador é explorado por todo o tempo, sem reclamar, pois sabe que há o que Karl Marx chamou de “exército de reserva” pronto para substituí-lo, nos anos de eleição é obrigado a votar no candidato indicado pelo “bondoso” patrão. A dependência econômica faz com que o pobre e explorado trabalhador abdique de suas convicções para se tornar mais um encabrestado.

Por fim concluo com as palavras do filósofo grego Platão “a política é o jogo fortuito de ações motivadas pelo interesse” e adiciono, interesses esses pessoais e não coletivos, e ainda,devido ao poder de alguns e a subordinação de outros, esses interesses são sempre alcançados.

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