Três das quatro universidades estaduais da Bahia já estão paralisadas, UEFS, UESB e UESC, desde o dia 11 de abril, a única instituição pública de ensino superior do estado da Bahia que continua com atividades normais é a UNEB, no ultimo dia 13, houve parada e assembléia da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia, ADUNEB, onde por votação da maioria foi aprovado um indicativo de greve, ou seja, o corpo docente da UNEB pode entrar em greve a qualquer momento. No dia 26, próxima terça-feira, haverá mais uma reunião da ADUNEB E ao que tudo indica a Universidade do Estado da Bahia deve anuir à paralisação. Fazendo-se valer dos incisos VI e VII do artigo 37 da nossa Constituição Federal garantem ao servidor público o direito de associação sindical e de aderir à greve, respectivamente.
Passando essas informações a cunho de introdução sigamos à parte mais opinativa. É lastimável o comportamento, por exemplo, em Conceição do Coité do corpo discente do Campus XIV, não estou aqui tentando violar o inciso IV do artigo 5º da Constituinte, que diz respeito sobre a livre manifestação do pensamento, entretanto, é inaceitável que universitários sejam contrários a uma greve pelo simples fato desta atrasar seu curso. Mal se perguntam quais as bandeiras levantadas pela ADUNEB, ou quais melhorias são reivindicadas para UNEB, docentes, discentes e cursos.
O mais intrigante é que no Campus XIV em Conceição de Coité são oferecidos quatro cursos, dos quais três deles são de licenciatura, onde se formarão futuros professores, e aí surgem as perguntas: quando esses discentes que hoje são revoltados com o atraso do curso, se tornarem docentes, farão o que? Mandarão uma carta de amor perfumada ao governador, cheia de flores e borboletas desenhadas, pedindo com carinho que ele atente às suas bandeiras ou serão hipócritas e egoístas e “atrasarão” o curso de outros entrando em greve?
Uma aula com Marx, no que diz respeito à consciência de classe seria bastante proveitosa nesse momento, infelizmente o EU está acima de tudo, e com isso até as faculdades de ciências sociais tem formando cada vez mais, pessoas egocêntricas sem a menor preocupação social.
Por favor, sentem-se, informem-se e até sejam contra, mas, com uma fundamentação menos primária.
Concordo plenamente, Ariel, e acrescento ainda que não são apenas os interesses da classe docente que estão em jogo, todos nós, independente de curso, estamos diretamente envolvidos, uma vez que precisamos de professores competentes e assegurados para nossa formação. Não basta ter aula, urge a necessidade de subsídio governamental que atenda às demandas das universidades estaduais. O Decreto 12.583/11 surgiu como uma medida que prevê corte de gastos em um setor que já se encontra subfinanciado, congelando, dentre outras coisas, o professor universitário na sala de aula e impedindo-o de aprimorar seus conhecimentos em atividades extra-universitárias, porque não pode ser substituído, e ainda cortando vários benefícios adicionais, para isso o governo não tem verba.
ResponderExcluirAcho que a UNEB já deveria ter entrado nessa greve, assim o movimento teria um maior reconhecimento e as medidas seriam tomadas mais rapidamente, imagine a repercussão nacional da notícia de que todas as universidades estaduais da Bahia estão em greve! Como uma boa prejudicada nessa história desejo que a greve acabe logo, mas com o benefício de ambas as partes!
Helen, UEFS.