quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um "bom" motivo pra ser contra uma greve.

Três das quatro universidades estaduais da Bahia já estão paralisadas, UEFS, UESB e UESC, desde o dia 11 de abril, a única instituição pública de ensino superior do estado da Bahia que continua com atividades normais é a UNEB, no ultimo dia 13, houve parada e assembléia da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia, ADUNEB, onde por votação da maioria foi aprovado um indicativo de greve, ou seja, o corpo docente da UNEB pode entrar em greve a qualquer momento. No dia 26, próxima terça-feira, haverá mais uma reunião da ADUNEB E ao que tudo indica a Universidade do Estado da Bahia deve anuir à paralisação. Fazendo-se valer dos incisos VI e VII do artigo 37 da nossa Constituição Federal garantem ao servidor público o direito de associação sindical e de aderir à greve, respectivamente.

Passando essas informações a cunho de introdução sigamos à parte mais opinativa. É lastimável o comportamento, por exemplo, em Conceição do Coité do corpo discente do Campus XIV, não estou aqui tentando violar o inciso IV do artigo 5º da Constituinte, que diz respeito sobre a livre manifestação do pensamento, entretanto, é inaceitável que universitários sejam contrários a uma greve pelo simples fato desta atrasar seu curso. Mal se perguntam quais as bandeiras levantadas pela ADUNEB, ou quais melhorias são reivindicadas para UNEB, docentes, discentes e cursos.

O mais intrigante é que no Campus XIV em Conceição de Coité são oferecidos quatro cursos, dos quais três deles são de licenciatura, onde se formarão futuros professores, e aí surgem as perguntas: quando esses discentes que hoje são revoltados com o atraso do curso, se tornarem docentes, farão o que? Mandarão uma carta de amor perfumada ao governador, cheia de flores e borboletas desenhadas, pedindo com carinho que ele atente às suas bandeiras ou serão hipócritas e egoístas e “atrasarão” o curso de outros entrando em greve?

Uma aula com Marx, no que diz respeito à consciência de classe seria bastante proveitosa nesse momento, infelizmente o EU está acima de tudo, e com isso até as faculdades de ciências sociais tem formando cada vez mais, pessoas egocêntricas sem a menor preocupação social.

Por favor, sentem-se, informem-se e até sejam contra, mas, com uma fundamentação menos primária.

domingo, 17 de abril de 2011

O nosso sistema de liberdade (para poucos) Texto I

Estamos no cerne de uma sociedade que, segundo os especialistas, avança econômica e tecnologicamente com a celeridade de um trem bala asiático. Bom, isso é ótimo o mercado cada dia nos apresenta coisas novas e portáteis (palavras nesse caso sinônimas de supérfluas) que vão facilitar nossa vida, temos Smart fones, notebooks, HDTV, Mp3 Players (4, 5... 200) todos esses objetos desnecessários, são “essenciais” na vida de um cidadão inserido em nossa sociedade de CONSUMO.

Assistimos TV e lá estão as inovações, as propagandas, que são a alma do negócio, fazem parecer que não ter essas coisas fúteis e ser marciano ou pré-histórico são a mesma coisa. “Se você não é um mequetrefe, você terá um Smart fone, pois todo mundo tem”. Tudo bem, talvez eu possa comprar um notebook, mas, onde quero chegar? Qual o ônus social de tudo isso?

Bom, olhemos pra o lado vejamos pessoas amontoadas em um pequeno espaço nas grandes cidades, pessoas estas que mal conseguiram lugar decente pra morar e no entanto com muito esforço conseguiram comprar uma TV, lançamento da copa de 1994, que funciona muito bem, passa as mesmas propagandas e suscita os mesmo desejos e convence de igual forma quanto a necessidade de adquirir um aparelho desses.

O jovem das classes mais baixas movidos pelo anseio de impetrar também esses aparelhos "indispensáveis" a qualquer ser vivo, procurarão caminhos que os levem a essas inovadoras tecnologias. Caminhos esses que nem sempre obedecerão ao princípio da legalidade. O sistema instituído somado ao alcance e influencia da TV, vai enfatizar a segregação econômica, e por conseqüência terá uma grande influência na marginalização de parte das classes menos favorecidas.

a justiça do capitalismo é essa, uns podem comprar o mundo, outros talvez consigam comprar o básico para sobrevivência.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Almoço + Violência = Má digestão

Faz tempo que fiz uso do sofá da sala fixado em frente a TV. Hoje aproveitando o horário de almoço sentei-me e comecei assistir um jornal da Rede Record, tão interessante que nem me atentei ao nome do programa, acabei recebendo por osmose as notícias, enquanto degustava uma deliciosa lasanha, feita com carinho por Dona Sônia. Em apenas um bloco ou dois, realmente eu estava desatento, foram noticiados uns 5 casos de: assalto + reação = morte, uma conta tão simples e de resultado lastimável.

Nesse momento entram os apresentadores e passaram um tempo enfatizando que as mortes só ocorreram porque as vítimas infelizmente reagiram, que os “cidadãos de bem ou bens” devem se portar de outra forma quando forem ameaçados, enfim, eu concordo que nenhum objeto, por maior que seja seu valor sobreponha a vida, entretanto, me vem algumas questões, sobre os comentários dos apresentadores: ser assaltado é tão normal assim? Quer dizer que as autoridades públicas não devem fazer nada para melhorar a segurança? Como e por que todo mundo tem arma? Por que não cessa a produção de armas? ah, tinha esquecido! As armas são para “proteger a nação” para serem usadas pelo exército e a polícia, mas, do que adianta você ter um poder de contenção em número hiperbolicamente menor que a projeção de marginais que o sistema capitalista gera? (não vou fazer a discussão por esse âmbito nesse texto).

O que se configura é um quadro de total desdém com a segurança pública, homicídios na TV são tão comuns quanto o jogo da quarta à noite. Até quando seremos apenas espectadores dessa violência que não é cinematográfica? Até nos tornarmos sujeito paciente da ação? Não, Deus nos livre. Mas, é trágico. O artigo 144. de nossa Constituição Federal diz que segurança é direito de todos, mas, quem seriam esses todos? Queria saber.

O Seguro que morre de velho no ditado popular, poderia ter vindo a óbito a muito tempo na conjuntura da sociedade atual.

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