terça-feira, 31 de maio de 2011

Palavras soltas e desconexas

Como não ficar espavorido com a atual conjuntura da sociedade? Como não se assustar com a ascensão especiosa de valores asquerosos em detrimento aos que realmente deveriam enviesar a coletividade? Vivemos em um mundo onde as pessoas são aquilatadas pelo que têm de palpável, os bens materiais se sobrepõem, frente aos valores que em outrora tinham primazia, o verbo Ser, é esquecido enquanto a devassidão atinge o apogeu com o verbo Ter.
Somos frutos de uma evolução decrescente que nos levará com toda certeza de volta ao pó, isso nem é augúrio, se trata, tão somente, de uma análise pífia e sem a mínima fundamentação teórico-positivista da realidade que se mostra cotidianamente em qualquer esquina. Se estivermos evoluindo, sinceramente, tenho predileção em continuar andando na faixa esquerda.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Desilusões

“ Meus heróis morreram de overdose” (Cazuza)

Já dizia o grande compositor brasileiro. Infelizmente essa é nossa realidade, lembro-me com muita saudade dos meus últimos três anos como secundarista, o nascimento de meus ideais, minha consciência política, minha visão social, minha bandeira, aquela que eu erguia fervorosamente com o sorriso daqueles abençoados que haviam conseguido encontrar a luz e enxergar todas as atrocidades que estão debaixo de nossos olhos. Aconteceu a mudança de heróis, Batman, Layon dos Thundercats e Flash haviam saído de cena, mas, nasceram outros em meu imaginário que assim como os três supracitados, iriam lutar para defender o interesse dos mais fracos, iam buscar justiça e lutar contra as forças do "mal".
Infelizmente, e pra minha tristeza e desilusão, aconteceu exatamente o que o cantor, compositor e (profeta?) Cazuza havia dito. Meus heróis chegaram ao poder e no momento que podiam extirpar os vilões que oprimiram a nossa sociedade desde sua construção, traçaram um caminho não muito diferente do deles. Chegaram ao poder, banharam-se do poder, comeram , beberam, cheiraram e injetaram o poder em suas veias, como resultado acabaram tendo uma overdose e se juntaram aos maus.
Eu deixei de acreditar nos heróis da infância, mas, pelo menos eles não me decepcionaram, nunca se juntaram a vilões sanguessugas, jamais tiveram conduta semelhante a dos maus, em momento algum deixaram seu povo á míngua.
Ultimamente tenho me sentido um tanto órfão, mas, prefiro ficar assim do que continuar me iludindo com pseudo-heróis, prefiro me defender com minhas próprias mãos à depender de traidores, pessoas que são fieis simplesmente aos seu vício, o poder.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um "bom" motivo pra ser contra uma greve.

Três das quatro universidades estaduais da Bahia já estão paralisadas, UEFS, UESB e UESC, desde o dia 11 de abril, a única instituição pública de ensino superior do estado da Bahia que continua com atividades normais é a UNEB, no ultimo dia 13, houve parada e assembléia da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia, ADUNEB, onde por votação da maioria foi aprovado um indicativo de greve, ou seja, o corpo docente da UNEB pode entrar em greve a qualquer momento. No dia 26, próxima terça-feira, haverá mais uma reunião da ADUNEB E ao que tudo indica a Universidade do Estado da Bahia deve anuir à paralisação. Fazendo-se valer dos incisos VI e VII do artigo 37 da nossa Constituição Federal garantem ao servidor público o direito de associação sindical e de aderir à greve, respectivamente.

Passando essas informações a cunho de introdução sigamos à parte mais opinativa. É lastimável o comportamento, por exemplo, em Conceição do Coité do corpo discente do Campus XIV, não estou aqui tentando violar o inciso IV do artigo 5º da Constituinte, que diz respeito sobre a livre manifestação do pensamento, entretanto, é inaceitável que universitários sejam contrários a uma greve pelo simples fato desta atrasar seu curso. Mal se perguntam quais as bandeiras levantadas pela ADUNEB, ou quais melhorias são reivindicadas para UNEB, docentes, discentes e cursos.

O mais intrigante é que no Campus XIV em Conceição de Coité são oferecidos quatro cursos, dos quais três deles são de licenciatura, onde se formarão futuros professores, e aí surgem as perguntas: quando esses discentes que hoje são revoltados com o atraso do curso, se tornarem docentes, farão o que? Mandarão uma carta de amor perfumada ao governador, cheia de flores e borboletas desenhadas, pedindo com carinho que ele atente às suas bandeiras ou serão hipócritas e egoístas e “atrasarão” o curso de outros entrando em greve?

Uma aula com Marx, no que diz respeito à consciência de classe seria bastante proveitosa nesse momento, infelizmente o EU está acima de tudo, e com isso até as faculdades de ciências sociais tem formando cada vez mais, pessoas egocêntricas sem a menor preocupação social.

Por favor, sentem-se, informem-se e até sejam contra, mas, com uma fundamentação menos primária.

domingo, 17 de abril de 2011

O nosso sistema de liberdade (para poucos) Texto I

Estamos no cerne de uma sociedade que, segundo os especialistas, avança econômica e tecnologicamente com a celeridade de um trem bala asiático. Bom, isso é ótimo o mercado cada dia nos apresenta coisas novas e portáteis (palavras nesse caso sinônimas de supérfluas) que vão facilitar nossa vida, temos Smart fones, notebooks, HDTV, Mp3 Players (4, 5... 200) todos esses objetos desnecessários, são “essenciais” na vida de um cidadão inserido em nossa sociedade de CONSUMO.

Assistimos TV e lá estão as inovações, as propagandas, que são a alma do negócio, fazem parecer que não ter essas coisas fúteis e ser marciano ou pré-histórico são a mesma coisa. “Se você não é um mequetrefe, você terá um Smart fone, pois todo mundo tem”. Tudo bem, talvez eu possa comprar um notebook, mas, onde quero chegar? Qual o ônus social de tudo isso?

Bom, olhemos pra o lado vejamos pessoas amontoadas em um pequeno espaço nas grandes cidades, pessoas estas que mal conseguiram lugar decente pra morar e no entanto com muito esforço conseguiram comprar uma TV, lançamento da copa de 1994, que funciona muito bem, passa as mesmas propagandas e suscita os mesmo desejos e convence de igual forma quanto a necessidade de adquirir um aparelho desses.

O jovem das classes mais baixas movidos pelo anseio de impetrar também esses aparelhos "indispensáveis" a qualquer ser vivo, procurarão caminhos que os levem a essas inovadoras tecnologias. Caminhos esses que nem sempre obedecerão ao princípio da legalidade. O sistema instituído somado ao alcance e influencia da TV, vai enfatizar a segregação econômica, e por conseqüência terá uma grande influência na marginalização de parte das classes menos favorecidas.

a justiça do capitalismo é essa, uns podem comprar o mundo, outros talvez consigam comprar o básico para sobrevivência.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Almoço + Violência = Má digestão

Faz tempo que fiz uso do sofá da sala fixado em frente a TV. Hoje aproveitando o horário de almoço sentei-me e comecei assistir um jornal da Rede Record, tão interessante que nem me atentei ao nome do programa, acabei recebendo por osmose as notícias, enquanto degustava uma deliciosa lasanha, feita com carinho por Dona Sônia. Em apenas um bloco ou dois, realmente eu estava desatento, foram noticiados uns 5 casos de: assalto + reação = morte, uma conta tão simples e de resultado lastimável.

Nesse momento entram os apresentadores e passaram um tempo enfatizando que as mortes só ocorreram porque as vítimas infelizmente reagiram, que os “cidadãos de bem ou bens” devem se portar de outra forma quando forem ameaçados, enfim, eu concordo que nenhum objeto, por maior que seja seu valor sobreponha a vida, entretanto, me vem algumas questões, sobre os comentários dos apresentadores: ser assaltado é tão normal assim? Quer dizer que as autoridades públicas não devem fazer nada para melhorar a segurança? Como e por que todo mundo tem arma? Por que não cessa a produção de armas? ah, tinha esquecido! As armas são para “proteger a nação” para serem usadas pelo exército e a polícia, mas, do que adianta você ter um poder de contenção em número hiperbolicamente menor que a projeção de marginais que o sistema capitalista gera? (não vou fazer a discussão por esse âmbito nesse texto).

O que se configura é um quadro de total desdém com a segurança pública, homicídios na TV são tão comuns quanto o jogo da quarta à noite. Até quando seremos apenas espectadores dessa violência que não é cinematográfica? Até nos tornarmos sujeito paciente da ação? Não, Deus nos livre. Mas, é trágico. O artigo 144. de nossa Constituição Federal diz que segurança é direito de todos, mas, quem seriam esses todos? Queria saber.

O Seguro que morre de velho no ditado popular, poderia ter vindo a óbito a muito tempo na conjuntura da sociedade atual.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Pra onde caminhamos?

O mundo Árabe está revolto com seus líderes, ameaças de guerras civís borbulhando, principalmente na Líbia. Hoje fui despertado com a notícia dos tremores de terra no Japão.
Daí fui obriga a ouvir alguem chegando pra mim e citando a passagem bíblica de Lucas no capítulo 21 e versículos 10 e 11 onde diz: "Então lhes disse: Levantar-se-á naçäo contra naçäo, e reino contra reino; E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu.".
Tudo bem que os tempos são distintos, mas, estamos indo em direção a "idade do medo" voltando a idade média? Isso é uma tentativa de levar a Igreja, uma tentativa de adequação a um sistema, pelo medo.
Eu acho isso de uma inteligência minúscula, se Deus é amor, devemos enfatizar o amor dele e não sua vingança.
Guerras e tremores ocorrem desde que o homem e a terra passaram a existir, por tanto isso não é uma dádiva dessa geração. Os tremores hoje são bem mais repercutidos devido a facilidade da informação, e atingem muito mais pessoas devido a quantidade maior de pessoas por metro quadrado no mundo. As Guerras não precisam explicação, já foram guiadas (ou são ainda) pela fé.
Portanto, o amor deve ser enfatizado e não o "medo" e não me venha com "bolodório"

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Violência no Rio, a culpa é de quem?


Copa do mundo vem aí, Olimpíadas também e junto com elas uma gama de investimentos em infra-estrutura para construir megas espaços esportivos e alojar milhares de atletas nacionais e internacionais que valem, mi ou bilhões.

Entretanto, a principal sede dos eventos esportivos(digo principal pelo fato do Rio de Janeiro receber as olimpíadas e muito provavelmente a abertura da copa) sofre um problema que não lhe é exclusivo, a falta de segurança. Nos últimos dias fomos bombardeados por notícias que pintavam o caos na segurança pública daquela cidade. Daí surge a pergunta: de quem é a culpa de tudo isso?

Talvez das autoridades que em alguns momentos parece apertar as mãos da bandidagem(O filme tropa de Elite 2 relata bem esse fato, apesar de ser um filme fictício), ou poderíamos culpar os governantes que furtam-se do dever de investir em necessidades básicas (educação, saúde, habitação e segurança), ou ainda poderíamos sugerir que a falta de Educação (escola) esteja criando esses "monstros" que atingem a paz das "pessoas de bem". Com certeza, todas as afirmações em maior ou menos grau são verdadeiras, mas, não podemos esquecer da raiz desse problema que é antiga, as desigualdades sociais e as diferenças de oportunidades.

O próprio homem em sua construção, enquanto civilização, empurra pessoas para esse submundo, a falta de oportunidade muitas vezes leva as pessoas de classes mais pobres(ou você acha que são os burgueses que moram no Alemão e no Cruzeiro no Rio de Janeiro) a se deslocarem para o crime. Não quero aqui defender bandidos, só quero fazer um registro histórico de que a elite foi quem impingiu durante toda a história uma parte da população para esse "poço" e hoje, digo hoje não no sentido literal de um dia de 24 horas, mas, nos últimos tempos essa elite tem colhido uma pequena parte de todo o ônus que plantou nas classes menos favorecidas.

Eu torço pelo fim da violência no Rio de Janeiro, mas, não podemos esquecer toda história, não podemos esquecer de onde veem as raizes desse fogo cruzado. Existem muito mais culpados do que se diz nos noticiários.

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