Faz tempo que fiz uso do sofá da sala fixado em frente a TV. Hoje aproveitando o horário de almoço sentei-me e comecei assistir um jornal da Rede Record, tão interessante que nem me atentei ao nome do programa, acabei recebendo por osmose as notícias, enquanto degustava uma deliciosa lasanha, feita com carinho por Dona Sônia. Em apenas um bloco ou dois, realmente eu estava desatento, foram noticiados uns 5 casos de: assalto + reação = morte, uma conta tão simples e de resultado lastimável.
Nesse momento entram os apresentadores e passaram um tempo enfatizando que as mortes só ocorreram porque as vítimas infelizmente reagiram, que os “cidadãos de bem ou bens” devem se portar de outra forma quando forem ameaçados, enfim, eu concordo que nenhum objeto, por maior que seja seu valor sobreponha a vida, entretanto, me vem algumas questões, sobre os comentários dos apresentadores: ser assaltado é tão normal assim? Quer dizer que as autoridades públicas não devem fazer nada para melhorar a segurança? Como e por que todo mundo tem arma? Por que não cessa a produção de armas? ah, tinha esquecido! As armas são para “proteger a nação” para serem usadas pelo exército e a polícia, mas, do que adianta você ter um poder de contenção em número hiperbolicamente menor que a projeção de marginais que o sistema capitalista gera? (não vou fazer a discussão por esse âmbito nesse texto).
O que se configura é um quadro de total desdém com a segurança pública, homicídios na TV são tão comuns quanto o jogo da quarta à noite. Até quando seremos apenas espectadores dessa violência que não é cinematográfica? Até nos tornarmos sujeito paciente da ação? Não, Deus nos livre. Mas, é trágico. O artigo 144. de nossa Constituição Federal diz que segurança é direito de todos, mas, quem seriam esses todos? Queria saber.
O Seguro que morre de velho no ditado popular, poderia ter vindo a óbito a muito tempo na conjuntura da sociedade atual.
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