sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Modismo midiático


Temo me tornar repetitivo, mas, vou abordar novamente a mídia em um texto, agora não mais pra falar das influências políticas e sim para analisar os modismos midiáticos.

A mídia em si precisa do público para vender e o público precisa de notícias inovadoras ou de caráter escatológico para comprar. Recordo-me bem quando há alguns dias os grandes jornais, as grandes emissoras de Tv, as grandes revistas e os sites debruçavam-se sobre a gripe suína. Constantemente era atualizado o número de mortos, os novos focos, as prevenções e incutindo cada vez mais na cabeça dos leitores o medo de uma nova peste negra *.

Voltando mais alguns anos, vale lembrar a Guerra do Iraque em 2004, onde constantemente os veículos de informação detalhavam os ataques, os alvos, o número de mortos e feridos, com plantões quase a todo o momento. Mas, fica a pergunta: por quais motivos esses assuntos não são mais escarafunchados pela mídia? A resposta óbvia seria: A gripe suína foi controlada e a Guerra no Iraque chegou ao fim. Entretanto, ambas respostas são errôneas, a gripe continua a matar e a Guerra nunca terminou, o que na verdade aconteceu foi a mudança de interesse por parte dos leitores-consumidores. Esses dois assuntos não enchem mais os olhos dos leitores e portanto,não enchem também o bolso dos redatores, se tornaram fatos cotidianos e deixaram de ser notícia de capa.

Portanto, os fatos só se tornam excepcionais, se renderem lucros nas páginas dos grandes jornais, doutra forma serão apenas factóides irrelevantes.

* Peste negra pandemia que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou entre 25 e 75 milhões de pessoas, sendo que alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões , um terço da população da época.

4 comentários:

  1. Cada dia se supera mais, esse menino tem a visão da sociedade que todos deveriam ter. Parabéns amoor! =)

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  2. Texto massa que mostra a verdadeira realidade. A mídia ainda influência a cabeça daqueles que não tem uma visão critica.

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  3. Acho que o maior problema está na TV e no Rádio que são concessões públicas, e por isso deveriam oferecer mais conteúdo por qualidade e não apenas por demanda de mercado, como ocorre hoje em dia. E não adianta colocar meia dúzia de programetes às 5 da manhã, isso é "maquiagem". No mais cabe aos telespectadores, ouvintes, não se acomodarem no conteúdo de baixa qualidade, basta mudar de canal; a TVE e a TV Escola merecem muito mais atenção do que as redes "privadas".

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